É difícil dizer se a fotografia é falsa ou verdadeira. De qualquer maneira, a história de Mary - o único elefante no mundo que chegou a ser enforcado – é de dar arrepios.
Crueldade com os animais não é algo raro, mas histórias como essa deixam a dúvida se ainda há esperanças para os seres humanos.
O destino de Mary foi selado em uma tarde fria de fevereiro de 1916, quando o circo itinerante de Charlie Spark chegou na pequena cidade de Kingsport, Tennessee, EUA. Mary foi a estrela do circo, pois ela conseguia tocar 25 músicas em um aparelho musical. Ela também foi o arremessadora campeã do time de beisebol do circo. Como uma atividade promocional, o circo realizou um desfile na rua principal naquele dia. Mary, ou "Mary Assassina", como ela seria conhecida mais tarde, foi montado por Walter Eldridge, de 38 anos.
Eldridge passou a ser um andarilho (ele só se juntou ao circo no dia anterior e não tinha experiência de lidar com elefantes). Entretanto, isso não era preocupação, pois era só usar uma longa haste com uma lança afiada na extremidade como um “domador de elefantes”. A vara é um instrumento notório que evoca medo extremo em criaturas torturadas. Para fazer um elefante executar truques, ele primeiro tinha de se mostrar subserviente. Para isso, domadores picavam repetidamente as criaturas até sangrarem profusamente. Em última análise, os elefantes fariam tudo o que o treinador pediria, para evitar a vara.
Mary foi, obviamente, treinada pela vara também. Ela faria como Eldridge ordenou, enquanto ele segurava o instrumento - ou assim ele pensava. Infelizmente, naquela tarde, Mary estava sofrendo de uma horrível dor de dente. Ela parou de mastigar um pedaço de casca de melancia durante o desfile e Eldridge a espetou para que ela mantivesse em movimento, exatamente no ponto infeccionado.
Diz-se que os elefantes podem ficar loucos de raiva em um instante, e foi exatamente o que aconteceu com Mary. Ela levantou seu corpo e sua tromba, empurrando Eldridge no chão com as patas e pisou em sua cabeça. Tudo acabou em questão de segundos. De acordo com uma testemunha ocular, "sangue, cérebro e outras coisas apenas esguicharam por toda a rua". Em vez da população avaliar o sofrimento do animal, na época, as pessoas consideraram a hipótese de misericórdia.
Previsivelmente, a multidão enlouqueceu com gritos: "Matem o elefante, matem o elefante", enquanto Mary já havia se acalmado. Aterrorizados, os espectadores gritaram e fugiram da área. Um ferreiro local disparou cinco tiros no elefante, mas eles nem conseguiram fazer dano à sua pele grossa. Até mesmo o dono do circo decidiu matá-la para apaziguar a multidão e evitar cancelamento do espetáculo em outras cidades.
Uma vez que ele tomou a decisão de matar o elefante, resolveu fazer da matança, um espetáculo. Houve muita discussão sobre o método de matar, pois os elefantes podem detectar veneno em alimentos e eletrocutá-los não era uma opção na pequena cidade. Alguns sugeriram que Mary fosse esmagada entre dois motores ferroviários. Outros pediram que ela fosse desmembrada viva.
Por fim, Charlie decidiu pelo enforcamento. A cidade vizinha, Erwin, tinha um guindaste de 100 toneladas usado para levantar vagões de trem. Foi perfeito para o trabalho. Ele ofereceu à multidão uma visão gratuita do enforcamento, em troca do uso do guindaste.
No dia do enforcamento, Mary foi levada para o pátio ferroviário, juntamente com os outros quatro elefantes de circo. A cabeça foi amarrada e uma das pernas ficou atrelada a um trilho para impedi-la de fugir. Ao ligarem o guindaste, esqueceram de liberar a corrente em volta da perna de Mary e isso fez com que seus ossos e ligamentos estalassem sob toda a tensão.
Porém, isso não estava nem perto do fim. A comédia trágica de erros continuou: ela foi erguida apenas a 5 metros do chão quando a corrente quebrou e ela caiu, deslocando e trincando imediatamente seu quadril. Mary sofria com uma dor terrível quando uma corrente mais forte foi colocada ao redor de seu pescoço. Desta vez, a engenhoca funcionou. Mary foi erguida no ar, debatendo suas enormes pernas, e lentamente foi sufocada até a morte. Os espectadores aplaudiram e riram, mesmo quando ela soltou gritos de agonia. Ela ficou pendurado por meia hora antes de um veterinário declará-la como morta.
Quando o circo estava se preparando para ir embora, um dos elefantes restantes fugiu do grupo e correu de volta para o local do enforcamento. Talvez estivesse imitando o comportamento dos elefantes selvagens que retornam aos ossos dos membros da família que morreram. Ou talvez ele só estava à procura de Mary. De qualquer maneira, Mary tinha ido embora para sempre.
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